O pre­si­dente do Banco Co­mer­cial Por­tu­guês, Carlos Santos Fer­reira, propôs, em Fe­ve­reiro deste ano, à Em­bai­xada dos EUA em Lisboa, um acordo com a Casa Branca para fazer ne­gó­cios com o Irão em troca de ser­viços de es­pi­o­nagem.

Se­gundo re­velou o diário es­pa­nhol El Pais, no do­mingo, 13, o banco de­sen­volve con­tactos com Te­erão, desde 2009, com vista ao es­ta­be­le­ci­mento de re­la­ções co­mer­ciais.

Con­tudo, dadas as res­tri­ções im­postas pela União Eu­ro­peia e as san­ções da ONU contra aquele país, o ban­queiro por­tu­guês terá op­tado por propor um en­ten­di­mento em que Washington também teria algo a ga­nhar.

Agindo com o co­nhe­ci­mento do pri­meiro-mi­nistro, José Só­crates, e de altos fun­ci­o­ná­rios do Go­verno, Santos Fer­reira ex­plicou à con­se­lheira da em­bai­xada que «de­se­java es­ta­be­lecer uma re­lação com o Irão para ajudar o go­verno dos EUA a ras­trear fundos e ac­ti­vi­dades fi­nan­ceiras ira­ni­anas».

Con­cre­ta­mente ma­ni­festou-se dis­posto a que «o go­verno dos EUA con­trole as contas ira­ni­anas no Mil­len­nium», me­di­ante um sis­tema sa­tis­fa­tório para ambas as partes, se­gundo re­fere o te­le­grama da em­bai­xada norte-ame­ri­cana, com data de 11 de Fe­ve­reiro, ce­dido pelo Wi­ki­leaks ao El País.